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Opinião: Adiamento das eleições e mais 5 bilhões para as prefeituras

A Câmara dos Deputados aprovou o adiamento das eleições para 15 de novembro, condicionando o voto à liberação por parte do governo federal de mais 5 bilhões em verbas do tesouro. As negociações ficaram por conta dos figurões do centrão que viram nessa emergência sanitária uma oportunidade de conseguir aumentar os recursos e assim terem condições de ficarem de bem com os prefeitos e usar essas verbas como marketing para aqueles que são ligados ao seu grupo político.

Esse tipo de articulação política não parece uma boa coisa para a nação. Reconhecemos que as prefeituras e os governos estaduais precisam de mais recursos para o enfrentamento a essa pandemia, mas é preciso algum cuidado com o déficit público que já está na estratosfera.

Aprovada no Senado, a emenda constitucional que adiou as eleições de 4 de outubro para 15 de novembro emperrara na Câmara. A troca de datas foi ditada, por assim dizer, pelo coronavírus. Mas partidos como PP, PL, e Republicanos condicionaram o zelo com a saúde do eleitor à liberação de verbas.

A turma do centrão exigiu que as arcas das prefeituras fossem irrigadas com R$ 5 bilhões. Para garantir os repasses, será prorrogada a vigência da medida provisória que reservara R$ 16 bilhões para repor durante a pandemia perdas com a arrecadação de fundos de participação de municípios e estados.

O socorro valeria de março a junho. Com o aval do Governo Federal, será esticado até dezembro. Alega-se que os R$ 16 bilhões não foram integralmente gastos. Assim, a verba extra já estaria incluída na conta. Infelizmente não estão se importando com o aumento do déficit público. Isso mais à frente pode resultar em uma aceleração perigosa da inflação e outras mazelas para os cidadãos. Dinheiro não dá em pé de árvore. A Casa da Moeda, como diz o próprio nome, cunha as moedas e, claro, as notas de reais. Mas fabricar dinheiro sem lastro seria uma irresponsabilidade.

A situação do país está muito complicada. Cai a arrecadação de recursos via impostos e a pandemia exige cada vez mais recursos para a saúde pública, além das verbas que já são necessárias para todas as áreas. Os políticos, que se aproveitaram da oportunidade para pedir mais generosidade do governo federal, não estão preocupados com o modo como os recursos serão gastos, mas em como conseguir votos para si ou para os políticos que terão seu apoio Brasil a fora. É importante que os políticos dos municípios tenham apoio de congressistas, mas tudo isso respeitando os valores fundamentais da ética pública.

É muito importante que os órgãos de controle estejam atentos. Precisam fiscalizar a aplicação desses recursos que estão chegando para estados e municípios por conta dessa pandemia. Agora ficou mais difícil fiscalizar os gastos em razão da dispensa de licitação e outros afrouxamentos, mas isso não é impossível.

Então, fica assim. Eleições em 15 de novembro. O eleitor precisa dar sua contribuição e votar. Precisa, contudo, ter discernimento e escolher políticos que realmente tenham compromisso com o erário público. Deve pensar duas vezes antes de votar. Vão aparecer muitos aventureiros prometendo milagres, mas é preciso que o eleitor faça uma retrospectiva da vida pregressa desses candidatos. Votar exige critério de uma análise crítica dos candidatos.

Aqui em Cacoal começam a aparecer as “opções políticas”. Gente que há tempo não víamos, de repente começam a aparecer. Agora, com os riscos de contágios, o aperto de mão é um ato desaconselhável, mas a galera vai se reinventar e usar as redes sociais para se eleger. Tem muita gente empolgada com o fato de Jair Bolsonaro e aqueles que o apoiaram terem sido eleitos praticamente sem gastar em campanha.

Mas a coisa não funciona assim, tão simples. Bolsonaro caiu no gosto popular porque se apresentou como um candidato conservador e o povo estava desencantado com a esquerda brasileira. Quem venceu não foi Bolsonaro e os candidatos que colaram sua imagem à dele e sim uma ideia. Mas as redes sociais podem ser importantes sim, mas só isso não basta. É preciso que o que prega o candidato esteja em consonância com os anseios da população.

Mais que isso, porém, pesa muito a credibilidade do candidato. Ele tem que ser capaz de levar suas ideias e propostas e o eleitor dar crédito a elas. Há um velho ditado que diz: “Falar, até papagaio fala”. Mais que palavras, é preciso que o candidato seja capaz de mostrar que tem conteúdo. Assim como é uma irresponsabilidade fabricar dinheiro sem lastro, pois isso gera INFLAÇÃO, não dá para votar em políticos de ideias sem lastro com sua conduta de vida, pois isso gera FRUSTRAÇÃO.

Daniel Oliveira da Paixão



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